quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Sobre o amor


Eu me considero uma pessoa de sorte porque tenho, tive e terei muitos amores. Mas hoje quero contar a história do que eu tenho certeza que é o maior deles.
Eu sabia que ele estava para entrar na minha vida. Não nos conhecíamos, mas eu já sentia sua presença. Engraçado... Ele, que tenho certeza ser para sempre, chegou na data do fim de tantos amores efêmeros, em plena quarta-feira de cinzas.
Naquele dia e dali por diante, meu coração não soube mais o que era ficar vazio. Ele foi preenchido com o sentimento mais puro que já se viu ou se ouviu falar do Leme ao Pontal, do Oiapoque ao Chuí, daqui até a lua. Ele chegou de leve, me conquistou de leve - sem jamais se retirar com pés de lã. 
Ele ficou. Ele fica. Ele é. 
Seu estilo independente briga com o meu jeito carente; sua organização briga com a minha bagunça; sua mania de acordar cedo briga com meu muito sono de manhã. Mas a gente casa em todo resto.
Ele, a quem eu chamava de príncipe - hoje no alto de seus três anos - agora chamo de rei! Já o meu título, acho que não vai evoluir. E eu nem quero. Nenhuma música é mais doce que aquela voz falando “Vem, tia Fófis”.

Poesia emprestada




Quando faltam palavras em mim, sorrio por ter a sorte de conhecer outras que vão muito além do que eu pudesse expressar. Obrigada, Guimarães Rosa.
'O correr da vida embrulha tudo.
A vida é assim: esquenta e esfria,
Aperta e daí afrouxa,
Sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem.



Um ano


"É assim que acaba?"

Fiz essa pergunta para uma pessoa muito importante, que me respondeu apenas com um "sim".
Talvez seja só isso. Simples. O ano de 2015 foi o que tinha que ser. Apesar da lama (no Planalto e em Mariana), esse ano foi palco de grandes encontros! E a vida não é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida?
Obrigada, querido poeta, pela definição. Obrigada, Gal-Betânia-Rita-Clara e a tantos outros poetas por me ajudarem a sobreviver e segurar tantas barras, inclusive a que foi gostar de você (e de você, e de você e de você, dig dig dig ê). 
Porque pode ter faltado alguma coisa (como trabalho, que tanto fez falta!), mas amor e ajuda transbordaram. E só cresceu a certeza que minha família e meus amigos são de verdade, são os melhores, são de longe, vão pra longe, vêm pra perto, estão no coração. Obrigada a vocês, que durante e depois de cada perrengue, me mostraram que "Gente, bola pra frente!"
Juntos nós choramos! Rimos! Dançamos sem descanso! E se você fecha o olho, pode crer que a menina ainda dança!
Já sobre o futuro, desejo ter aprendido para que tantos erros não tenham sido em vão. Desejo ser uma pessoa melhor e, pra que tudo isso se realize natural e calmamente, desejo não desejar muito.
Ah, pode um pouquinho de superstição? Acho que 2016 tem tudo pra ser irado, é ano par!

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Efêmero

Eu estava feliz. Aquela calma eufórica poderia durar pra sempre - já que o pra sempre, sempre acaba. Gostava das tardes mornas e longas sem nada para fazer, dos filmes embolados no sofá, dos beijos de ponta-cabeça, dos sorvetes de macadâmia. Eu gostava.

Eu não sei quanto tempo demora para macadâmias brotarem nas árvores. No jardim da casa dele tinha uma árvore de macadâmia. Não era época do fruto. Quando foi época, não era época da gente.



quarta-feira, 5 de setembro de 2012

C'est fini


Passeavam pelo centro da própria cidade com um mapa, rindo e cambaleando, embriagados ainda pela sensação que embala os casais recém formados. Caminhando pelas ruas de luminárias adornadas e de arquitetura antiga dos arredores da avenida Julio Prestes, sentiam-se em Paris. 
Ela desejou que um dia estivessem lá de verdade.

Dois anos e tantos meses depois da Cidade Luz e seu mapa em pleno centro paulistano, daquele sentimento tão leve, estavam os dois em Paris.

Ele. 

Depois, ela. 




Separados por 13 dias.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Quarto de menina


A cortina brincava no rosto, inerte às vontades do vento. O calor, o estado letárgico, a brisa do ventilador. A parede meio morna, o silêncio, o domingo. O livro de poesia, um cochilo, a calma. Tudo parecia se encaixar naquela cena. O batom cor-de-boca, o blush cor-de-rosa, o dia cor-de-nuvem...

música