quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Sou réu confesso

Inspirada no 'Baú da vergonha' do site da TPM, hoje resolvi assumir meu lado cafona. 

Em uma reação espontânea, acabei admitindo gostar de uma banda que não faz muito meu estilo. Hoje rola um show de um prêmio da Nickelodeon, não sei bem do que se trata. O fato é que uma amiga me disse que vai com o irmãozinho, mas os shows não estavam animadores: Fresno, Restart, NX Zero ou Cine, essas coisas. 'Eu adoro NX Zero!' - foi a minha resposta involuntária. Gosto mesmo, pronto, falei.

 
NX Zero - Cedo ou Tarde

Algumas outras cafonices, podres e vergonhas: coleciono canecas da faculdade, tirei as moedas por baixo do cofrinho pra guardar o porquinho (ele é rosa e lindo!), uso tênis com qualquer roupa (QUALQUER roupa), já chorei em festa por causa de menino, caí e esfolei o joelho no meio da praça na festa da igreja de Itapeva de Minas quando brincava de pega-pega (esse ano)... Chega, ok, deu. 

Não me deixem passar vergonha sozinha! Contem suas vergonhas, abram seus corações! (Afe, isso foi brega.)

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Em tempo

Acabei de chegar do cinema. Fui assistir a um filme que chamou minha atenção por se tratar de um assunto muito intrigante e pouco compreendido por mim: Wall Street - O Dinheiro Nunca Dorme.
Gostei bastante da trama, gosto dos atores (Michael Douglas e Shia Labeouf) mas não acho que eu seja boa para criticar ou resenhar uma película. Wall Street entra aqui só como inspiração sobre o pensamento do dia - o valor do tempo. Clichê, eu sei.


Oração ao tempo - Caetano Veloso

Com o fim da faculdade chegando, é inevitável pensar que a hora de errar, errar e errar, até uma hora começar a acertar está se esgotando. Ok, isso foi um pouco dramático, mas não é nenhuma mentira. Aos 21 anos, alguns têm a segurança da casa dos pais; uns, mesmo não tendo que pagar as contas, já têm seus carros, suas poupanças; outros se viram completamente sozinhos. Em comum, todos sabem que está mesmo na hora de bater as asas.
O filme fala em cifras homéricas, inimagináveis até aos ganhadores de loteria mais sortudos. Contas e mais contas, jogos, ações, poder, todas essas coisas que empolgam o ser humano apareceram na tela. Eu só pensava no quanto vale o tempo, questão abordada lá.
Chegando em casa, mandei aquele currículo que ia deixar para amanhã, arrumei algumas bagunças que acabariam de lado pelo menos até o fim de semana. Pretendo que essa seja a minha atitude a partir de agora: investir no futuro é ganhar tempo.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

#injusto

Ele não me escolheu. Por quê? O que eu tinha que fazer pra ele me escolher? Falar coisas mais inteligentes, me relacionar com gente mais interessante, estar mais bonita onde ele me vê? Será que eu tinha que ser mais popular? Mais magra eu nem vou dizer, acho que ele nunca viu do pescoço para baixo.
 Talvez ele ache que eu não ligo para ele. Eu ligo sim! Talvez ele não tenha percebido, mas estou na dele todos os dias. Eu sempre procuro saber sobre as suas novidades. Ah! Ele é tão engraçado, nunca passo um dia sem abrir pelo menos um sorriso com ele. Talvez o problema não esteja comigo, o que não quer dizer que eu não fique chateada.
 
 É muito requisitado, talvez se sinta usado. Bom, não deixa de ser verdade, mas a vida é uma troca. Uns precisam dos outros. É engraçado, mas eu, que gosto tanto de falar, que sou tão palpiteira, com ele sou mais resumida. Mais uma coisa que ele me ensinou. Mesmo com tudo isso, ele insiste em ignorar minha presença. E não importa o que eu faça, o que eu diga, como eu me sinta em relação a isso - eu não consigo chamar a atenção.

#newtwitter

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Cores derretidas

Devagar. Um pé, outro, um pé, outro. Como se eu estivesse aprendendo a caminhar pela casa que hoje meus pés já reconhecem sem ajuda dos olhos. Depois de atravessar o portão branco, gasto pela chuva, arranhado com algumas tristezas, vejo vovô sentado em sua poltrona. Respiro e sinto o cheiro da pescada frita, do molho de camarão e da alegria de todos aqueles domingos. Vejo o vaso com folhas mortas. Pego uma flor para levar para a vovó que está na cozinha, de avental, rindo de frente para a pia, ou pegando o Victor, meu primo mais velho, no colo. Ainda estou na sala. O chão de tacos faz barulho quando pisamos. Meu primo deve ter desistido dos carrinhos e largou a bagunça no chão. Vovô brigaria com ele se eu não tivesse chegado naquela hora. Eu podia fazer a zona que quisesse, era a menininha. Corri para abraçá-lo. Naquele canto da sala, um criado-mudo com fotos de nós dois. Só eu estava lá.
Família de italianos, música alta, nem meio-dia e o tio já saindo pra comprar mais cerveja. Passo correndo por ele - vê-lo na cama, frágil e doente me causa enorme desespero. Continuo correndo pelo longo corredor, atravesso a cozinha como um raio. Faz Sol e meu primo está lá fora na piscininha de plástico, daquelas com o fundo azul com ondas desenhadas. Vovó vem atrás de mim tirar as roupas do varal, a chuva chegou. Pede minha ajuda, ela já não alcança direito os pregadores, tampouco tem forças para fazer o trabalho sozinha. Entramos. Ela prepara um café para nós - não sem antes perguntar se eu queria leite com Nescau e bolachas, meu lanchinho preferido da tarde. Depois de enrugarmos os dedos na piscina, entramos para comer. Ao redor da mesa, todos sorriem. Mais que isso, riem muito alto! E conversam. Parecem estar brigando. Já disse para o meu tio que a vovó está muito velhinha, não adianta se irritar, ela já não escuta bem. 
Vou ao banheiro e quando saio, viro à esquerda, em direção ao quarto principal. O movimento na casa é grande, Cada hora que passa chega mais alguém. A casa estava sempre cheia, mas aquele movimento era muito atípico. Decido ver por que as mulheres da família estão fechadas no quarto: o Papai Noel tinha deixado umas coisinhas mais cedo porque estava muito ocupado. Elas estavam ajudando a embrulhar. Entendi. Achei que em Setembro o Papai Noel não estaria tão ocupado e ousei pedir que ele aparecesse e me trouxesse a alegria daquela casa de volta. Ele não apareceu. Chorei baixinho. Desde aquele dia eu sabia que ele não existia, mas hoje ele fez falta pela primeira vez.

domingo, 26 de setembro de 2010

'Um branco, um xis, um zero'

Às vezes é preciso passar um pano, um branco, um zero, um xis, um traço, um tempo.
Mesmo sabendo que pode não funcionar.

Eis a performance inspiradora:



Sem mais.

sábado, 25 de setembro de 2010

Um ídolo

Eu tenho verdadeira adoração pela Mafalda, personagem do Quino - argentino criador das tirinhas dessa amável menininha.

Quando eu era criança, meu pai chegou em casa com uma 'enciclopédia', um livrão enorme (que parecia ainda maior por causa do meu tamanho) entitulado 'Toda Mafalda'. Ele dizia que eu era parecida com ela. Fisicamente eu até concordo: eu era gordinha, tinha cabelinho chanel e estava sempre com uma tiarinha na cabeça.

Por dentro eu gostaria muito de ter suas boas ideias, sua sagacidade, sua inteligência, sua pureza e seu empenho para mudar o mundo. Ela entende de política, se esforça na escola e acha que sopa é palavrão. É ou não é o máximo?! (:


Deliciem-se!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Cuidado. Sempre.

O sempre é uma palavra que deve ser usada com muito cuidado. Se não quisermos nos equivocar, é melhor nem usarmos, pouquíssimas vezes estaremos certos. Sentimentos como o amor, a raiva e a alegria são imensuráveis. Então é claro que não sabemos o tamanho,  tampouco o quanto vão durar. Melhor que o 'sempre' é o 'enquanto'.
O cartão mais honesto que já recebi dizia: 'que seja eterna enquanto dure a busca sincera pela felicidade'.
Deixemos para o mestre Vinicius de Moraes a tarefa de transformar essa ideia que hoje não saiu da minha cabeça em belas palavras, que só um poeta que canta o amor seria capaz de escrever...

Soneto da Fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.


 A atriz Camila Morgado, no documentário Vinicius, interpreta o poema. É lindo, vale assistir. Aqui, o trecho.

Rio de Janeiro - Cidade maravilhosa pra sempre

Lua Cheia - Sempre apaixonante

Vovó e Vovô - Amor para sempre






quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Criação

No começo do ano, um professor da Faculdade, Lucas Pires, pediu para que escrevêssemos 'umas poucas linhas sobre qualquer coisa' e que ilustrássemos com uma imagem qualquer.

Abaixo, o resultado:

 


Ninguém sabe se é bom ou ruim, mal dá pra definir. Assim são as sensações. Talvez essa seja diferente. Ela tem cheiro. Não tem cara, mas se veste de longe. E o pior é que fica perto; de tão perto fica dentro. Aperta, estrangula, angustia. Ansia, mas é paciente – espera. Fica. Às vezes se esconde, outras vezes grita. A palavra mais bonita da língua portuguesa: saudade.

 

Dica: Canção de Amor - Caetano Veloso, no belíssimo CD Fina Estampa.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Ch-ch-ch-changes

No armário, caixas cheias de lembranças. Cartas, bilhetes, convites de festa, entradas de shows, cinema, teatro.Convocação para a segunda fase da USP, que não entrei; textos que não publiquei; cartas que não enviei. Passagens de viagem e até um diário. Flores secas, tiras de tecido, pedaços de saudade. Tenho um enorme apego aos acontecimentos importantes do passado.

Só que tem o futuro. E eu acho o futuro um lugar muito difícil de lidar. Explico. Quando queremos lembrar de um momento, olhamos uma foto, sentimos um perfume, ouvimos uma música. Quanto à ansiedade da espera pelo que virá, nada podemos fazer. Pelo menos era o que achava. Por muito tempo pensei em alguma possível ligação com o futuro e cheguei a uma conclusão: a mudança é o nosso maior laço com o que está por vir - o 'refresh' na página do twitter, a limpeza do guarda-roupa, o corte de cabelo.

'Cure o passado, viva o presente, sonhe o futuro'   provérbio irlandês
- taí meu filtro solar para vocês.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Tolices de uma tarde comum

Ela estava sentada num degrau procurando ficar no feixe de Sol para se aquecer do vento gelado.  Anoitecia, mas alguns pássaros ainda se faziam ouvir. Quando ele chegou, ela, sem vê-lo, continuava inquieta, até que levantou num pulo que tirou seu cabelo arrumado do lugar. Eles se abraçaram por muito tempo- talvez não por tempo suficiente, tamanho era o ar de saudade que os rondava naquele momento. Trocaram breves segredos e se beijaram no rosto com um carinho e uma alegria sensíveis por quem os olhava quase na esquina da avenida. Tentavam dizer coisas que não se via nos lábios, mas é certo que estavam conversando e se entendendo entre um fechar e abrir de pálpebras. Saíram de mãos dadas, tão próximos quanto num abraço, cambaleando pela ladeira, embriagados de cumplicidade. 

(...)
Eu gosto desses momentos tão bonitos e ingênuos quanto Holly, a Bonequinha de Luxo, cantando Moon River na janela.

O Primeiro

Medo. Nunca imaginei ter um Blog. Não sei por onde começar, mas achei válido ter vindo até aqui, mesmo que não vá pra frente. Mesmo que nesse primeiro momento não haja fotos, vídeos ou links. Todo começo é meio cru. É intrínseco ao início ser carente de alguns artifícios. Então, me perdoarei por isso. Apenas usarei este primeiro Post como um teste. Serei breve. Fim.