segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Tolices de uma tarde comum

Ela estava sentada num degrau procurando ficar no feixe de Sol para se aquecer do vento gelado.  Anoitecia, mas alguns pássaros ainda se faziam ouvir. Quando ele chegou, ela, sem vê-lo, continuava inquieta, até que levantou num pulo que tirou seu cabelo arrumado do lugar. Eles se abraçaram por muito tempo- talvez não por tempo suficiente, tamanho era o ar de saudade que os rondava naquele momento. Trocaram breves segredos e se beijaram no rosto com um carinho e uma alegria sensíveis por quem os olhava quase na esquina da avenida. Tentavam dizer coisas que não se via nos lábios, mas é certo que estavam conversando e se entendendo entre um fechar e abrir de pálpebras. Saíram de mãos dadas, tão próximos quanto num abraço, cambaleando pela ladeira, embriagados de cumplicidade. 

(...)
Eu gosto desses momentos tão bonitos e ingênuos quanto Holly, a Bonequinha de Luxo, cantando Moon River na janela.

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